domingo, 25 de novembro de 2007

fados

Há já perto de duas semanas foi ver o filme fados de Carlos Saura. Perante a parfenália de opiniões sobre o filme (tanto negativas como positivas) senti curiosidade em testemunhar a causa de tamanha discrepancia de opiniões. A minha conclusão foi simples, inicialmente considerar este filme como um estudo sobre fado é um pouco exclusivista, pois nele encontrei quase um louvor `a lusofonia, unindo sobre o mesmo tecto musicas tradicionais portuguesas com brasileiras ou espanholas (estas essencialmente). Acho que é necessario ter uma qualquer consciência patriota e um sentido musical mais do que meramente recriativo para não achar o filme muito aborrecedor, e de certa forma para que este faça sentido. Falando em termos tecnicos penso que está bem conseguido, visto ter sido exclusivamente (se a minha memória não me falha) filmado em interiores, os problemas de luz são facilmente solucionados, isto criou uma ambiencia um tanto ou quanto plástica diferente do imaginario comum do fado. Outra inovação foi o aliar a dança a este tipo de musica, não sei até que ponto é que esta terá sido uma escolha sensata, aliar dança contemporânea a um genero musical tão antigo e com uma tradição tão enraizada. Está contudo uma visão interessante, de um estrangeiro sobre um "produto" tão estritamente nacional.

sábado, 13 de outubro de 2007

1408

Hoje fui ao cinema (para mal dos meus pecados?) ver 1408, uma história de Stephen King, realizada por Mikael Hafstrom. Para ser sincera não sou grande fã de cinema de terror americano (ou nele inspirado), pelo menos não do contemporâneo. Para vos dar o meu parecer, acho (e realço a importância da palavra "acho" por motivos já referidos) que este se baseia no som. Uma pessoa não se assusta num destes filmes por algo concrecto e palpável, por uma determinada cena pictórica, mas sim pela barulheira histérica, que nos invade os tímpanos subitamente. Na minha opinião é isso que nos assusta, o que não deve grande mérito às imagens passadas. Se nos mostrassem um plano geral de um campo de flores e na cena seguinte nos mostrassem um plano de detalhe de uma flor e nessa transição pusessemos uma barulheira descomunal acho que qualquer pessoa com ouvidos se assustaria. Voltando ao filme, acho que a ideia geral está deveras interessante pois o personagem está preso em si mesmo (e no seu passado que momentaneamente se torna presente) e a sua história de perda é-nos contada de uma forma distinta da vulgar. Contudo acho que se perde um pouco em demasiadas excentricidades (de uma forma mais simples a história poderia estar igualmente rica) e o pessoal dos efeitos esfeitos especiais podia ter um pouco mais de descanso. Este filme também peca em predicabilidade, é fácil apercebermo-nos do que vem a seguir em diversas (não em todas) partes do filme, em especial na parte em que um velho de cadeira de rodas está na casa de banho, e descobrimos que é o pai do personagem principal antes mesmo deste o dizer, unicamente pela expressão com que este o olha. O que vem e introduzir a excelente actuação de Samuel L. Jackson ( o que não é grande surpresa) e de John Cusack ( apesar de por vezes se tornar excessiva), que nos abrem com perfeição a atmosfera do filme. Acho que a ideia era a de confundir as pessoas, visto apresentar de forma ciclica e rápida coisas parecidas que ao invés de nos confundirem nos aborrecem e nos dão uma senseção de Dejá Vu. como por exemplo nas cenas em que os dois fantasmas se atiram da janela abaixo (não posso deixar de acrescentar que estes são como que saidos de um filme antigo, o que dá um toque interessante ao filme) e que passam no mínimo duas ou três vezes. Penso que contudo é um filme que vale a pena ver, e que se calhar, deveria ser visto por mais do que as dez pessoas que assistiram à mesma sessão que eu.

o ínicio

É um bocado dificil começar a escrever quando não se sabe exactamente sobre o que se quer falar, o que nos leva sempre a um começo abrupto e desengonçado. Foi-me feito o desafio de começar um blog, e honestamente, caso contrário, duvido que alguma vez me aventurasse a criar algum! Mas sem grande margem de escolha, aqui estou. Por muito inadequado que pareça tenho 17 anos e não sou grande adepta da informática, embora me sinta forçada a reconhecer-lhe as suas virtudes, considero-o um meio de comunicação frio e impessoal, pouco relacionavel com a minha personalidade. Devo confessar que me sinto bastante envergonhada em admiti-lo, não devido à sua notória utilidade, mas por ser aspirante a cineasta e considerar esta arte muito próxima e até dependente da informática. Mas como cada qual é para aquilo que nasce e eu nasci nos fins do século XX lá me adaptarei a esta nova realidade. Até lá darei continua e desregularmente a minha opinião sobre diversas coisas, contudo como estudante de cinema aplicar-me-ei sobretudo nesta temática. Não consigo encontrar explicação razoável para este fenómono dos blogs, e na posição de zé ninguém em que me encontro, acharia compreensivel que a minha opinião fosse subvalorizada e ignorada, contudo vou expô-la aqui (por um qualquer motivo que me é alheio)para que possa ser mais convenientemente ignorada e alvo de humilhantes chacotas. Não me considero perita em cinema ( se o fosse não estaria a estudar) e como tal a minha opinião deverá ser encarada apenas e exclusivamente como tal, nada mais do que um parecer baseado no pouco conhecimento de mais uma dos milhares de fãs da sétima arte. Espero que ainda assim os que partilharem o gosto por esta tão peculiar arte, achem algum conforto nos relatos que farei de vários dos filmes que já vi e verei ao longo da minha estadia neste blog.