terça-feira, 11 de março de 2008

Undead or Alive:A zombedy


O primeiro filme a ser realizado por Glasgow Philips, conhecido pela sua participação na série americana “south park”, é uma comédia hilariante que reúne zombies e cowboys no mesmo ecrã. Com pouca qualidade técnica (pior umas vezes do que outras) é um filme agradável, fácil de ser visto e apreciado. Reúne também uma série de estilos humorísticos desde o humor inteligente ao brejeiro, passando pelo humor negro que aqui é levado a um estremo delicioso. A história, um pouco deixada para segundo plano, é previsível e um tanto ou quanto estereotipada, utilizando marcos conhecidíssimos tanto dos filmes de zombies quanto dos westerns, e ainda por cima de filmes que nada eram para ali chamados. Em termos técnicos temo ter de dizer que foi dos piores com que me deparei ultimamente, como exemplo aponto uma explosão que ocorre num momento qualquer do filme, ora muito sucintamente, a explosão por definição do 3D studio Max é mais realista! Espero que isto dê uma ideia geral do que estou a dizer…
Mas acredito que a ideia não era ser um filme bom tecnicamente mas acessível a todos os tipos de público e dentro do possível acho que atingiu plenamente os seus objectivos. O publicou quase subia pelas paredes, e passados uns bons dez minutos após o filme ainda as pessoas saiam a rir e a recontar sequências particularmente engraçadas.
Apesar de todos os seus defeitos o filme resultou no sentido em que as pessoas riam na altura em que era para rir (que era quase sempre) e acompanhou a história num timing parecido com o referido. Também a interacção entre público e personagens foi considerável, com pessoas que gritavam para o ecrã efusivamente e que conversavam entre si sobre o filme. Acho que houve uma forte empatia pela ambiência do filme e que se deu aquela espécie de salto para dentro do ecrã que põe toda a gente a mexer-se sem sair da cadeira.
Em termos de caracterização os zombies eram tão maus quanto o aspecto técnico, se bem que estava presente a gradual decomposição que costuma pecar na maior parte dos filmes de série z, e que se expressava sobretudo na cor e textura. Nada de muito elaborado dava a entender que era um zombie e ao mesmo tempo não chocava ou impressionava.
Conclusivamente adianto que gostei do filme, que me ri desnaturadamente quase sempre, e que aparte do choque que aquela explosão me causou quase não estava consciente da péssima qualidade técnica. Recomendo.

O vale de Elah

Antes de mais aproveito para dizer que fui ver este filme numa sala VIP recentemente aberta no nortshopping, estou habituada a que a sala vip em nada se diferencie das salas normais à excepção do preço do bilhete, contudo desta vez foi de facto diferente. Aconselho vivamente esta nova sala, em que as cadeiras são confortáveis “poltronas” de descanso com direito a reclinar as costas e apoio para os pés, tem também umas mesinhas para colocar baldes de pipocas (uma vez mais aproveito para salientar a desconsideração moral de se comer numa sala em que se passa um filme a considerada sétima arte).
Em relação ao filme (afinal isto é uma critica de cinema) gostei bastante dele. Realizado por Paul Haggis, com Tommy Lee Jones como principal actor. A história do filme, apesar de não ser comum, tem uma evolução narrativa já conhecida em que são apresentados vários suspeitos quando no remate nenhum deles é responsável e nos é apresentado um culpado completamente diferente do que até ai se fazia prever. Em relação a isto no fim do filme o meu pai que me havia acompanhado perguntou-me “mas afinal quem é que o matou?”, daí deduzo de que para algumas pessoas todo este enredo americanamente complicado seja de difícil compreensão. A níveis técnicos acho que está bem conseguido pois não encontrei nenhum erro evidente por isso grandes erros imagino eu não hajam ou ter-me-ia apercebido. Em relação ao personagem interpretado por Tommy Lee Jones (Hank Deerfield) demonstra um carácter afectado pela guerra não seja até que ponto realista (não conheço pessoas assim) mas às vezes dá uma noção de demasiada despersonalização, oferecendo uma estranha mistura de sensações ao espectador, por um lado não há uma fácil identificação com o personagem, por outro temos pena da sua situação e compreendemos a dor sentida à sua maneira. No final de contas achei que era um bom filme e dadas as comunidades da sala se ninguém adormeceu (que eu tenha visto) é sinal de que mau seria um péssimo termo a oferecer-lhe. Em relação à minha opinião pessoal não é o meu género e ainda assim gostei…